O BBB 23 será o último com esse formato?

Acho pouco provável!

Nos últimos dias muita gente anda reclamando — com razão — do fato do BBB 23 estar se encaminhando para mais uma edição onde uma participante consegue juntar um exército de fãs na internet, que fazem mutirão a cada eliminação, que passam o dia subindo hashtags e que idolatram cada fala de sua protegida, independentemente se ela tem ou não razão ou se de fato merece toda essa proteção.

Aconteceu isso em 2021 (com os cactos de Juliette), 2022 (com a Padaria de Arthur Aguiar) e está acontecendo novamente em 2023 (com as DocShoe, de Amanda). É verdade que isso acontece desde a popularização das redes sociais na segunda metade da década de 2010, o método de votação do programa recebeu influência direta de grupos grandes de pessoas que se juntam online para bombar e trendar as votações. Como não lembrar a “guerra” que foi Manu Gavassi x Felipe Prior em 2020, por exemplo? Ou mesmo a força que Emily Araújo teve em sua votação no BBB19?

Os exemplos são inúmeros.

E são graças a esses fandom que muita gente que acompanha o jogo como um jogo em si, reclama de que precisam ser feitas mudanças, pra poder valorizar pessoas realmente interessantes (e digo isso sem juízo de valor) dentro do programa.

Em 2023, no final do primeiro mês, muita gente acusava a Globo de estar desesperada ao promover uma ‘Semana Turbo’ tão cedo, para tentar alavancar a audiência, que segundo especialistas, era a pior do programa em anos. Fato que foi desmentido pelo Diretor Geral da atração com uma publicação que dizia o inverso: “Estamos colocando a Semana Turbo para poder comemorar os bons números do BBB 23” e anexou o vídeo que coloco junto nesta publicação.

O que precisa mudar não é o formato do programa e sim a dinâmica de anunciantes e patrocinadores, que não estão 100% interessados em qualidade, entretenimento e/ou pautas que serão levantadas em discussão, e sim, os números.

Quem trabalha com mídia sabe mais do que ninguém, quanto se cobram para que tenhamos engajamento, números, volume, views, acessos, etc. ROI? Nem sempre.

O importante são números robustos.

Centenas de milhares, milhões. Bilhões. O que ficar mais bonito em um relatório que será repassado para todo lado.

E daí que são fandoms de A, B ou C? São números.

Qual o problema de estarem falando mal da atração? São números de pessoas falando SOBRE a atração. E claro, enquanto uns falam mal, outros vão falar o dobro pra defender. Mais números.

E no ano que vem, quem brilhar os olhos para seguir investindo na atração, vai colocar uma bela quantidade de dinheiro para poder ter uma singular fatia desses númerões.

Se você não acredita em mim, aqui você pode ler uma análise bem parecida feita pela Propmark: “Por que a baixa audiência na televisão não significa muita coisa para o BBB 23”