Não dá pra postar mais nada hoje em dia porque os cara…
Ricardo abriu seu Facebook encantado por acabar de ver um filme e quis compartilhar com seus amigos.
- Assisti agora ao “Doze tranças do rei careca” que história incrível, que enredo surpreendente e que atuação impecável do protagonista.
Não levou mais do que dois minutos e apareceu seu amigo Jadson comentando:
- Esse filme é péssimo.
Alguns segundos depois Patrícia, uma colega de trabalho com quem Ricardo tem pouco contato também resolveu comentar:
- Você só viu agora?? Isso é do ano passado…
Mário, um sujeito que Ricardo adicionou a suas redes uma certa vez por estar vendendo um aparelho de som se sentiu ultrajado com a opinião do amigo virtual e também deu sua contribuição:
- Isso daí é filme de quem gosta de político corrupto!! De quem tem bandido de estimação!!
Um amigo de infância dele, o qual nem se lembrava que ainda mantinha contato pela internet e pouquíssimas vezes respondia qualquer coisa que ele postava, também opinou:
- Beleza, mas “A volta dos que não foram” bota esse aí pra mamar
Ao longo do dia a vida seguiu e Ricardo voltaria a acessar o seu perfil na rede social num tempo de folga algumas horas depois. Não sem antes ver a enxurrada de pessoas discordando de seu gosto pessoal, tentando o convencer de que o filme que ele tinha simpatizado é de gosto duvidoso e que ele era um completo idiota por ter dado sua simples opinião sobre um simples passatempo.
Para evitar novas polêmicas, resolveu se retratar:
- Gente, eu repensei bem e “As Doze Tranças Do Rei Careca” nem é tão bom assim, é só ok. Peço desculpas aos que se ofenderam.
Não demorou muito e novos comentários surgiram:
- Só ok? Você tá maluco, isso sim. Esse filme é uma porcaria.
- Depois que inventaram a desculpa, é fácil mesmo.
- Na próxima me avisa que eu recomendo uns 8 filmes bem melhores do que esse que você viu.
Ricardo optou por ignorar essa nova onda e só para testar se não estava ficando meio xarope, resolveu assistir novamente ao filme. Riu e curtiu da mesma forma. Mas riu em sua própria casa, para seu próprio divertimento, quase que escondido.
Publicado originalmente aqui