Falar de Pelé me faz lembrar de meu avô e um causo do Rei contra o Palmeiras

Eu cresci sendo um apaixonado por futebol, em uma família que gosta muito de futebol, cada um torcendo para seu time de coração e fazendo reuniões bem animadas em época de Copa do Mundo.

Aprendi a gostar de futebol e do Palmeiras com meu pai e a ouvir histórias de futebol com meu avô, que era corinthiano.

Por ter nascido muito depois da aposentadoria do Rei, nunca vi nada além de VT, mas meu avô, grande fã de Pelé, gostava de lembrar alguns momentos com saudade.

Uma dessas histórias que ele contava e eu gosto de acreditar que é verdade, mesmo sem ter achado registro dela, fala sobre Pelé enfrentando o Palmeiras no Pacaembu.

É conhecido que durante os anos 1960, o Palmeiras era uma pedra no sapato do Santos e do Rei e em uma desses encontros, Pelé encontrava grandes dificuldades contra um zagueiro do Verdão, que eu não consigo lembrar quem era, mas ao que tudo indica era Aldemar ou Djalma Dias. Espero um dia achar um registro dessa história para confirmar e dar o devido crédito…

Fato é que, durante o jogo, o Rei Pelé tentava passar pela marcação acirrada e sempre era parado. Nada do que Pelé fazia funcionava e ele começava a perder a paciência. Até que em um dado momento ele viu a oportunidade perfeita: uma bola que veio quicando e ele meio de costas, meio de lado pro zagueiro. Era perfeito, afinal de contas, diz a lenda que Pelé tinha um ‘olho na nuca’.

Como de costume, Pelé pensou rápido e resolveu dar um toquinho por cima para aplicar o chapéu. E fez.

A bola foi subindo lentamente e muy espirituosamente o zagueirão ergueu os dois braços e agarrou a bola no ar como quem diz “Aqui não, Rei” e colocou ela no chão em frente a Pelé que ficava com a falta e a frustração.

Só sobrou a irritação total do camisa 10 do Santos, que naquela tarde perdeu esse duelo que era acostumado a ganhar.