A vida no século XXI é bastante intensa. Pessoas entram e saem da nossa vida com uma facilidade tremenda. Além da velocidade das coisas serem maior hoje em dia, estamos em uma época de mudanças de pensamentos, de transformações de princípios e visões de mundo que antes eram consideradas normais sendo ajustadas.

Nesse processo todo, é normal você ver gente que cisma em seguir com velhos hábitos que hoje em dia são (corretamente) considerados ultrapassados e desrespeitosos.

Daí a galera na internet inventou o termo “cancelar”, pra poder deixar de lado pessoas que tiveram atitudes não muito legais e merecem ser deixadas de lado dos holofotes. E a moda agora é cancelar todo mundo por tudo. Mas isso é assunto para outro dia.

Voltando ao papo de hoje, é bastante natural que com o curto tempo que temos na vida, priorizamos não gastar ele ao lado de gente que te prejudicou ou fez algo que te deixou pistola. “Aquele cara ali? Não quero nem ver perto, o que ele me fez, você nem queira saber?”, “Aquela menina? Não se mete com ela não, é encrenca”.

Todo mundo tem aquelas pessoas que quando a gente pensa sobre bate um gatilho de sentimentos ruins e vontade de deitar no soco. A pergunta que eu te faço. Vale a pena?

Citando a filosofia de “O Rei Leão” (e aliás recomendo uma teoria bobinha que escrevi no passado de como o filme poderia nos ajudar a sobreviver a 2019 — serve pra 2020 — e ainda tem muito fundamento) onde o Timão ensina o perdido leãozinho Simba que “Coisas ruins acontecem e ninguém pode fazer nada para evitar, certo? Errado! Quando o mundo vira as costas para você, você vira as costas para o mundo”.

Timão está meio certo nisso. Coisas ruins acontecem e pessoas fazem coisas ruins. Deixar tudo pra lá é assinar atestado de trouxa. O conflito é importante e tentar resolver os problemas de forma racional é sempre o melhor a se fazer. Nem sempre vai funcionar e aí é que o Timão fica meio certo novamente. Se resolver a situação não deu certo e a pessoa segue sendo uma pedra no seu sapato, vire as costas e siga a vida.

Ficar remoendo e guardando mágoa é prejudicial a saúde e nem sou eu quem estou dizendo. É comprovado pela ciência e medicina. De acordo com esse artigo da psicóloga Miriam Lopes de Barros, “quando guardamos mágoas, o nosso cérebro produz substâncias químicas e hormônios ligadas ao estresse, que limitam as nossas ações e prejudicam nosso bem-estar”. Ou seja, você pode estar aí se matando aos poucos, enquanto a outra pessoa muito provavelmente sequer lembra do que fez pra você. E se lembra, não dá a mínima.

Outra coisa que você pode fazer é perdoar e acreditar que aquilo ficou no passado. Fica mais fácil de esquecer. Eu gosto muito de acreditar que as pessoas podem mudar. Eu já fiz muita bobagem na vida das quais me arrependo e outras que me fizeram aprender e acredito que ainda devo fazer um bocado ainda. Faz parte de estarmos aqui na terra, aprendendo e evoluindo. Eu não sou a mesma pessoa que era há 10 anos. Aliás, eu acho que não sou nem mesmo a pessoa que eu era ano passado.

Escolha um caminho para deixar pra lá a mágoa e na medida do possível esqueça esse momento ruim da sua vida. Deixa isso lá pra trás e bola pra frente. Não importa qual a sua crença religiosa (ou a ausência dela), fato é que a vida é um sopro e seja lá o que for acontecer com você quando passar dessa pra melhor, certamente vai perceber que ter guardado esse sentimento tanto tempo não foi a melhor escolha.

E perdoe-me meu francês, mas vale a pena seguir o conselho que anda tão na moda nos livros best-seller de auto-ajuda: mande um bom “foda-se” e seja feliz.

Para mais crônicas, leia meu blog Narrando Histórias

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Raphael Evangelista
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Written by Raphael Evangelista

Escrevo algumas coisas. Já fui redator lá naquele site das listas, adoro pizza, cachorro quente e paro a vida por um mês a cada quatro anos para ver a Copa.

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